Crianças podem pular o café da manhã? Veja como lidar com a falta de fome das crianças ao acordar

Nem todos sentem fome ao acordar, mas pular o café da manhã não pode ser uma opção, segundo os especialistas. E isso vale tanto para crianças quanto para adultos.

No caso dos pequenos, quanto mais cedo eles entram na escola, mais difícil parece ser para os pais ver os filhos fazendo uma refeição matinal completa. Mas o desjejum é uma das três principais refeições do dia e não pode ser negligenciado.

Mas qual o tamanho do problema? Um estudo feito a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, com estudantes do 9º ano, em 2012 e 2015, concluiu que a prevalência de omissão do café da manhã (consumo por menos de cinco dias por semana) foi de 38,1% em 2012 e 35,6% em 2015, sendo mais elevada entre meninas e estudantes de escolas privadas.

A omissão dessa refeição foi mais elevada entre os alunos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E as capitais brasileiras pertencentes às regiões Sul e Centro-Oeste apresentaram as maiores prevalências de omissão do café da manhã.

Primeiro passo: acordar (um pouco) mais cedo

Para contornar a falta de apetite pela manhã, antes da escola, é recomendável procurar despertar as crianças com mais tranquilidade e sem estresse. Às vezes, é preciso acordar um pouco mais cedo para ter menos correria. Em algumas situações, pode ser preciso também dormir mais cedo na noite anterior.

Além dos cuidados citados, a hora o jantar na véspera também pode impactar na fome pela manhã. Crianças que realizam muitas atividades noturnas, principalmente esportivas, chegam tarde em casa, acabam jantando mais tarde e dormindo logo em seguida.

“Além de não ter um sono reparador, pois o trato digestivo estará em plena atividade, elas podem apresentar episódios de refluxo gastresofágico e podem acordar sem fome. O ideal é jantar pelo menos 2 horas antes de deitar”-se, orienta a médica especialista em nutrologia pediátrica Tania Mara Perini.

O uso de trelas no período noturno também deve ser evitado, pois altera a qualidade e o tempo de sono.

Tenha em mente: jejum prolongado tem impacto

O jejum prolongado em crianças pode levar a queda do rendimento escolar e a prejuízos nutricionais importantes. Laticínios e cereais, por exemplo, podem não ser recuperados durante o resto do dia.

“Essas crianças podem apresentar algum mal-estar físico, como dor de cabeça, tontura, fraqueza e enjoo. Esses sintomas são típicos da hipoglicemia (teor de glicose no sangue inferior ao normal) causada por muitas horas sem se alimentar”, acrescenta a médica.

Crianças e adolescentes que “pulam” o café da manhã acabam exagerando nas calorias ao longo do dia e apresentam maiores chances de obesidade infantil, conforme análise de 40 estudos envolvendo mãos de 320 mil crianças e adolescentes de 2 a 20 anos, destaca a nutricionista materno infantil Monica Assunção, docente da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas e PhD em Saúde da Criança e do Adolescente.

Além da obesidade, este hábito pode também desencadear o desenvolvimento do diabetes tipo 2, síndrome metabólica, fatores de risco cardiometabólico e problemas de saúde psicossocial.

Para um bom café da manhã, açúcares devem ser evitados, mas crianças acima de 2 anos podem consumir com moderação. Se a criança resistir demais em adoçar o iogurte com mel e granola, o tipo de açúcar mais recomendado é o mascavo e, em seguida, o demerara. O refinado é o mais condenado por especialistas.

A nutricionista Assunção orienta que, para contornar a falta de apetite antes da escola, vale ofertar pequenas porções onde a diversidade seja mais importante do que a quantidade neste horário.

Fonte: G1.

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