Pardinho recebe Amelinha Teles em evento sobre democracia e direitos humanos
A cidade de Pardinho viveu um momento especial de reflexão e formação cidadã na última sexta-feira, 6 de junho. A Escola Estadual Napoleão Corule promoveu, na Câmara Municipal, um encontro com Maria Amélia de Almeida Teles — a Amelinha Teles —, reconhecida nacionalmente pela defesa dos direitos humanos e por sua resistência à ditadura militar no Brasil.
O evento marcou a abertura oficial da 12ª Mostra de Curtas da Diretoria de Ensino de Botucatu, realizada em parceria com o Instituto Max Feffer, a Coletiva PLPs Semeando Mulheres, a Prefeitura de Pardinho e a equipe gestora da unidade escolar.
Todos os alunos da escola participaram do encontro, que teve como foco a valorização da democracia, da Constituição Federal e do papel de cada cidadão na construção de um país mais justo. Em uma fala emocionante, Amelinha compartilhou relatos pessoais vividos durante o regime militar e destacou a educação como ferramenta essencial para o fortalecimento da cidadania e dos direitos humanos.
A atividade proporcionou aos estudantes um contato direto com a história recente do Brasil, reforçando a importância da memória e do conhecimento histórico na defesa dos valores democráticos.
Quem é Amelinha Teles?
Referência nacional na luta por direitos humanos e pela democracia no Brasil, Maria Amélia de Almeida Teles — a Amelinha Teles — é jornalista, escritora, bacharel em Direito e militante histórica. Natural de Contagem (MG), ela começou sua militância ainda jovem, influenciada pelo pai, e se engajou no movimento comunista durante a Ditadura Militar.
Foi presa em 1972 e submetida a torturas brutais no DOI-CODI de São Paulo. Seus filhos, à época com 4 e 5 anos, também foram sequestrados e levados ao local onde os pais eram torturados. O companheiro de militância Carlos Nicolau Danielli foi morto diante dela.
Desde então, Amelinha passou a se dedicar à denúncia das violações cometidas pelo regime e à defesa dos direitos humanos. Atuou na Comissão da Verdade, é uma das fundadoras da União de Mulheres de São Paulo e idealizadora do projeto Promotoras Legais Populares, que oferece formação jurídica para mulheres em situação de vulnerabilidade. Também participou do histórico Lobby do Batom, movimento que pressionou pela inclusão de direitos das mulheres na Constituição de 1988.
Autora de livros como Breve História do Feminismo no Brasil e O que é Violência contra a Mulher, Amelinha segue ativa na luta por justiça, igualdade e memória histórica. Sua trajetória inspira gerações na busca por um país mais democrático e igualitário.
Fonte: Acontece Botucatu