China suspende embargo à carne bovina do Brasil, diz ministro da Agricultura

Venda tinha sido suspensa no início de março após detecção de caso atípico de vaca louca no Pará. Exames descartaram risco de contágio do rebanho; governos ainda não detalharam decisão

O governo da China suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil, informou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à TV Globo.

A decisão foi informada pelo governo brasileiro três dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcar para a China, onde deve se encontrar com Xi Jinping para discutir, entre outros temas, avanços na pauta comercial entre os países.

A Embaixada da China no Brasil ainda não divulgou a decisão oficialmente. Até a publicação desta reportagem, os dois governos ainda não tinham informado a data precisa para a retomada das vendas.

Fávaro embarcou para a China na última segunda (20), quase uma semana antes da comitiva presidencial, e se reuniu com o ministro responsável pelo controle aduaneiro do país asiático, Yu Jianhua.

Lula vai à China com 240 empresários, ministros e parlamentares, incluindo 90 representantes do agronegócio. Os empresários custearão a própria viagem.

Semanas de suspensão

China, Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam as importações de carne bovina de todo o Brasil, no início de março, após um caso de vaca louca ter sido identificado no Pará no fim de fevereiro.

Laboratórios internacionais, naquele momento, já tinham identificado que o caso de vaca louca era atípico e resultado do envelhecimento natural do animal. Na prática, isso significa que não havia risco de contaminação do rebanho. 

A Rússia, naquele momento, embargou apenas a carne exportada do Pará. Segundo o governo, a decisão afetou uma única planta frigorífica do estado porque as demais já não exportavam carne para o país europeu.

No caso da China, o próprio Brasil já havia suspendido as exportações por conta própria em razão desse caso isolado. O acordo bilateral entre as nações define “autoembargo” quando problemas desse tipo são detectados.

A decisão de manter a suspensão ou retomar a compra, no entanto, cabe à China. Nas últimas semanas, o governo brasileiro enviou informações ao parceiro comercial sobre o andamento da apuração do caso para subsidiar essa retomada.

Em 20 anos de monitoramento da doença, o país nunca identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação, explicou Vanessa Felipe de Souza Médica-Veterinária, Virologista, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.

Fonte: Acontece Botucatu

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