Professor do IBB apresenta pesquisa em simpósio internacional na Universidade de Harvard

Estudo do professor Felipe Amorim destaca a importância do néctar nas interações entre plantas e animais e reforça o protagonismo da ciência brasileira. Entenda!

O professor Felipe Amorim, do Departamento de Biodiversidade e Bioestatística do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu (IBB), foi um dos pesquisadores convidados a apresentar seu trabalho no 18th Annual Plant Biology Initiative Symposium, promovido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Durante o simpósio, Amorim apresentou a pesquisa intitulada “Uma doce conexão: ecologia e história natural do néctar nas interações planta-animal”, desenvolvida no Laboratório de Ecologia da Polinização e Interações (LEPI), que ele coordena no IBB. O estudo explora o papel do néctar como elemento essencial nas interações ecológicas entre plantas e polinizadores — como abelhas, aves e morcegos — e também como recurso de valor econômico.

“O néctar é uma solução adocicada produzida pela maioria das plantas com flores. Sem ele, abelhas não poderiam produzir o mel, que é resultante do néctar floral processado biologicamente. Em termos econômicos, o mercado global de mel foi estimado em cerca de US$ 9,2 bilhões em 2024, com projeções para US$ 14,5 bilhões até 2034”, explicou Amorim.

“Além disso, os serviços de polinização realizados por animais silvestres para a agricultura representam um valor estimado entre US$ 235 e US$ 577 bilhões por ano em escala global”, acrescentou.

A apresentação também trouxe resultados de pesquisas feitas com a planta Scybalium fungiforme, popularmente conhecida como “flor-cogumelo”, encontrada na Mata Atlântica do interior paulista e em florestas das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Trata-se de uma planta parasita de raízes, que produz néctar e atrai diversos animais — de roedores e gambás a aves e morcegos.

“Durante a pandemia, registramos pela primeira vez morcegos nectarívoros descendo ao solo da floresta para se alimentar do néctar da flor-cogumelo. Esse comportamento, antes observado apenas na Nova Zelândia, foi uma descoberta fascinante e inesperada”, contou o docente.

Segundo Amorim, muitos dos dados apresentados no evento foram gerados a partir de atividades de ensino desenvolvidas em disciplinas de graduação e pós-graduação no IBB, evidenciando o papel da universidade pública na formação científica.

“Isso demonstra como a atuação do IBB no ensino tem contribuído para avanços científicos reconhecidos internacionalmente”, afirmou.

“É fundamental que cientistas brasileiros ocupem espaços de destaque em instituições de prestígio internacional. Mesmo com recursos limitados, conseguimos produzir pesquisas de qualidade e de reconhecimento global”, concluiu.

 Iniciação científica para jovens do ensino médio

Além dos estudos avançados, o LEPI também recebe estudantes através do Programa de Iniciação Científica Júnior, voltado a estudantes do ensino médio. A seleção de estudantes do ensino médio interessados em desenvolver uma pesquisa científica no LEPI está aberta até o dia 5 de julho. Os interessados podem entrar em contato pelo e-mail felipe.amorim@unesp.br para agendar entrevista de seleção.

“Estamos à disposição para receber estudantes interessados em ciência e pesquisa. É uma porta de entrada importante para a formação científica desde cedo”, destaca Amorim.

Divulgação científica nas redes

Para ampliar o alcance da ciência produzida no laboratório, o professor também aposta na divulgação científica. Por meio do Instagram @felepiamorim, ele compartilha atividades do LEPI, bastidores das pesquisas de campo e descobertas recentes.

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