Soro produzido no Cevap contra veneno de abelha entrará na fase final de testes
O Brasil está mais próximo de ter um tratamento inédito no mundo para acidentes com abelhas africanizadas. Pesquisadores da Unesp de Botucatu receberam um aporte de R$ 20 milhões do Ministério da Saúde para iniciar a fase final de testes clínicos do soro antiapílico, desenvolvido inteiramente no país.
O projeto é conduzido pelo Centro de Ciência Translacional e Desenvolvimento de Biofármacos (CTS) — um dos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) da Fapesp — e marca mais um passo importante de uma trajetória que começou há mais de uma década no Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (Cevap), também da Unesp.
Soro pioneiro e tecnologia nacional
O soro antiapílico foi concebido a partir de uma tecnologia 100% nacional. Assim como ocorre na produção de antídotos para serpentes, o processo utiliza cavalos imunizados com pequenas doses do veneno das abelhas africanizadas (Apis mellifera), estimulando a formação de anticorpos que depois são purificados para a formulação final do medicamento.
A ideia surgiu em 2009, nos estudos de pós-graduação do pesquisador Rui Seabra Ferreira Jr., coordenador-executivo do Cevap, e ganhou força com o apoio da Fapesp.