Teste de redução de jornada para 4 dias já começou; veja as empresas participantes

Empresas de contabilidade e advocacia foram selecionadas para o projeto.

O novo teste da redução da jornada de trabalho de quatro dias por semana começou oficialmente na última terça-feira (5).

De 400 empresas inscritas, 20 foram selecionadas, que juntas somam 400 funcionários. Entre as participantes estão empresas de contabilidade, advocacia, consultoria, alimentação, hospital, editoras, produtoras de vídeo e de conteúdo, agências de comunicação e escritório de arquitetura. Veja quais são:

GR ASSESSORIA CONTÁBIL

Consultora para abertura de empresas e diagnóstico contábil;

CLEMENTINO & TEIXEIRA ADVOCACIA

Fundado em 2004, atua em direito do trabalho empresarial

Tem escritórios em São Paulo e Belo Horizonte;

INSPIRA

Plataforma de pesquisa de jurisprudência em tribunais de todo o Brasil

Trabalha com dados, visualização de dados jurídicos e IA;

HOSPITAL INDIANÓPOLIS

Fundado em maio de 2022

Especializado em cirurgias bucomaxilares, cabeça e pescoço, plásticas reparadoras e tratamentos de queimados;

EDITORA MOL

Trabalha com produtos impressos

Sua especialidade são projetos editoriais, dos quais reverte renda para ONGs;

SOMA

Empresa de serviços compartilhados do grupo Dreamers (Rock in Rio, Artplan)

Trabalha com otimização de custos, padronização e automação;

AB AETERNO

Trabalha com serviços gráficos e editoriais, roteiros, revisão, tradução etc;

SMART DUO

Escritório de arquitetura de Belo Horizonte (MG)

Trabalha com projetos arquitetônicos, de sinalização, comunicação visual e paisagístico;

T4S – THANKS FOR SHARING COMUNICAÇÃO

Produtora de vídeo

Especializada em vídeo motion design;

BRASIL DOS PARAFUSOS

Empresa com sede em Porto Alegre

Especializada na produção de materiais de fixação;

PLONGÊ

Consultoria de seleção de executivos;

HAZE SHIFT

Consultoria de inovação

Trabalha com transformação digital e design estratégico;

OXYGEN EXPERIÊNCIAS, CAPACITAÇÃO E CONTEÚDO EM INOVAÇÃO

Plataforma de conteúdo sobre inovação;

ALIMENTARE NUTRIÇÃO E SERVIÇOS

Atua com a administração de restaurantes, gerenciamento de refeitórios

Fornece alimentação para eventos e para dietas especiais;

PIU COMUNICA

Agência de comunicação full-service

Trabalha com marketing, identidade de marca e criação de sites e aplicativos;

INNUVEM

Consultora de soluções de computação em nuvem;

VOCKAN

Começou a testar antes do projeto começar

Foi a primeira a se filiar ao projeto.

Aumento de produtividade

O método defendido pela 4 Day Week, empresa organizadora do teste, segue o que é chamado de 100-80-100: 100% do salário, 80% das horas e 100% da produtividade. 

Para chegar a esse desenho, não basta cortar um dia de trabalho –a segunda ou a sexta-feira, em geral.

“Estamos reimaginando o trabalho para a forma que ele deveria ser”, diz a diretora de Comunidade na 4 Day Week Global, Gabriela Brasil.

Para ela, o sucesso do novo desenho depende de pontos como comunicação clara e confiança para chegar a um modelo de produtividade que não esteja baseado em horas, mas em entregas. “Horas focadas batem horas longas”, afirma.

Também há empresas testando o modelo por conta própria ou replicando o que suas matrizes fizeram em outros países. A diretora da 4 Day Week espera que a realização do piloto gere informações e estimule outras companhias a adotar o modelo. “Com essas, vamos triplicar o número de empresas que adotaram no Brasil. Quanto mais gente, mais exemplo, mais dados, mais modelos vamos construir.”

Confira os dados apurados pela 4 Day Week pelas empresas que já adotaram a jornada reduzida:

  • 36% aumento nas receitas;
  • 42% redução nas demissões;
  • 68% redução no esgotamento;
  • 54% aumento na capacidade para o trabalho;
  • 63% maior facilidade para atrair talentos.

Riscos jurídicos

Por outro lado, uma das preocupações relatadas por representantes de empresas que estão no teste é a possibilidade de o modelo trazer riscos jurídicos.

A sócia do Clementino, Soraya Clementino, afirmou que por ser uma inovação, a redução não tem hoje respaldo na legislação, mas que tampouco é ilegal. “Durante o teste, o escritório fará reuniões individuais com os gestores das empresas e intermediará contatos com os sindicatos de cada setor”, explica.

A participação das entidades sindicais é vista pelo projeto como um fator importante de segurança jurídica para a aplicação do novo modelo.

A advogada recomendou que as empresas incluam em acordos o detalhamento do projeto e deixem explícito que se trata de um teste, e que evitem a divulgação da participação como um fator de atração de novos funcionários.

Um dos riscos quanto a questões trabalhistas é que a redução da jornada semanal gera um reajuste na hora trabalhada. Caso a empresa decida não prosseguir com o modelo após o período de teste, é necessário que esse retorno ao valor anterior (antes da redução da jornada) esteja respaldado.

Segundo Soraya, a preocupação com os contornos jurídicos é o principal peso para que empresas decidam não participar do teste.

Fonte: Contábeis

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