Vigilância resgata espécie de morcego nunca registrada em Botucatu
A Vigilância Ambiental em Saúde resgatou neste domingo, 31, na região sul do município, uma espécie de morcego que ainda não havia sido registrada na região. Com o auxílio do pesquisador Wilson Uieda, o animal foi identificado como sendo da espécie Cynomops abrasus, morcego com dieta insetívora, ou seja, que se alimenta de insetos. Os morcegos insetívoros são muito importantes para o meio ambiente, pois numa noite cada indivíduo pode se alimentar de mais de 200 insetos.
Diversidade de Espécies de Morcegos
A região de Botucatu apresenta uma grande diversidade de espécies de morcegos dos mais variados hábitos alimentares. Para se ter uma ideia, enquanto os Estados Unidos inteiro apresentam 44 espécies catalogadas, já foram identificadas, contando com o Cynomops abrasus, 39 espécies em nossa região.
Período Reprodutivo dos Morcegos
Entre meados de outubro até o final de março (primavera-verão), teremos o período reprodutivo dos morcegos, principalmente, daqueles que se alimentam de insetos (insetívoros). Os morcegos insetívoros estão muito bem adaptados na área urbana, pois eles encontram alimento em abundância e fazem do forro das edificações o seu abrigo. Neste período eles estarão mais ativos e serão mais notados pela população, resultando num aumento significativo nas ocorrências envolvendo estes animais. Maior movimentação nos abrigos e quedas de morcegos são alguns dos fatores que contribuem para que estes animais sejam mais notados e também acabem ficando numa situação de risco onde necessitarão ser resgatados.
Os morcegos são animais silvestres protegidos por lei, pois são importantes para o meio ambiente, realizando o controle da população de insetos, dispersão de sementes, polinização, entre outros benefícios, portanto não devemos matá-los. Morcegos insetívoros, frugívoros e nectarívoros, os mais comuns na área urbana, não são alvos de controle em saúde pública, portanto somente deverão ser resgatados em situação de risco, ou seja, caídos e/ou pousados em locais não habituais à espécie, onde serão encaminhados para exame laboratorial para diagnóstico de raiva. Em 2021 foi registrado um caso positivo para raiva em morcego.
Os morcegos são reservatórios naturais do vírus rábico, portanto não devemos manuseá-los, pois a mordida é uma defesa e, caso estejam infectados, poderão transmitir a raiva. Quando uma pessoa tem contato acidental com um morcego, ela deverá passar por avaliação médica por se tratar de exposição de risco para o vírus rábico. No caso de cão ou gato contactante, será adotado um protocolo de vacinação antirrábica para esses animais.
Como proceder ao encontrar um morcego caído e/ou pousado em local não habitual?
Vários são os fatores que podem contribuir para a queda dos morcegos e algumas espécies de insetívoros não conseguem levantar voo diretamente do chão, por isso é comum encontrarmos estes animais de hábitos noturnos caídos durante a luz do dia.
Ao nos depararmos com um morcego vivo ou morto nesta condição é importante isolá-lo, colocando um balde ou uma caixa de papelão em cima dele, impedindo que animais e pessoas tenham contato com o mesmo. Em hipótese alguma jogue fora o morcego! A Vigilância Ambiental em Saúde atende de segunda a sexta-feira das 7:30 as 17:00 pelo telefone 150 ou 3811-1609. Após o horário comercial, finais de semana e feriados, o plantão da Vigilância Ambiental em Saúde deverá ser acionado pelo 199 da Guarda Civil Municipal.
Caso um morcego entre voando no interior do imóvel, apague as luzes, feche as portas internas e deixe a janela aberta para que ele possa sair. A Vigilância Ambiental em Saúde realiza as orientações para desalojar os morcegos do forro de uma edificação, sendo que esta ação não poderá ser realizada neste período de reprodução.
Fonte: Acontece Botucatu