Detentos constroem cozinha de projeto social em Pirajuí: “Chance de recomeçar”

Ao todo, foram cinco meses de trabalho, desde o alicerce até a conclusão da obra

Detentos que cumprem pena em regime semiaberto na Penitenciária I “Dr. Walter Faria Pereira de Queiróz”, de Pirajuí (SP), atuaram na reforma e construção da nova cozinha de um projeto social que serve refeições a pessoas em situação de vulnerabilidade social do município. 

A entidade, que iniciou o trabalho com a distribuição de refeições em potes de manteiga, hoje distribui cerca de 400 marmitas por semana, além de cestas básicas a famílias carentes. O trabalho social era mantido, no entanto, em uma casa improvisada, que necessitava de ampliação para atender à demanda, que aumentou após o início da pandemia.

Para a obra, foram realizados campanhas, eventos e rifas para angariar recursos. A entidade recebeu doações tanto de materiais de construção quanto de dinheiro. No entanto, faltava somente a mão de obra especializada para dar início.

Autorizados por um juiz corregedor, os presos que possuem conhecimento na área da construção civil atuaram na reforma da cozinha.

Ao todo, foram cinco meses de trabalho, desde o alicerce até a conclusão da obra, que ocorreu na semana passada. Mais de dez sentenciados prestaram o trabalho voluntário no local, sob a supervisão de agentes de segurança.

“Essa atividade resgata valores, como respeito, dignidade e capacidade, e proporciona novas expectativas. Nas ações em que o foco principal é o resgate da cidadania, é possível garantir o retorno à sociedade, humanizando o cumprimento da pena e atribuindo a ela uma finalidade social”, pontuou o diretor da Penitenciária I de Pirajuí, Paulo Rogério Prieto Martins dos Santos.

Os detentos que participaram da ação ainda tiveram direito à remição de pena, sendo que, para cada três dias trabalhados, um dia da condenação foi descontado. No entanto, nada que supere o valor do recomeço.

“Este trabalho foi uma chance de resgatar a minha dignidade, de colaborar com a população e com nós mesmos, que erramos no passado e agora temos a chance de recomeçar. Ao cumprir a pena, poderemos voltar ao convívio da sociedade de cabeça erguida”, destaca um dos presos que atuou no projeto.

Fonte: Acontece Botucatu

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